Comissão que investiga atos golpistas de 8 de janeiro conta com 39 pessoas a serem ouvidas
Foram aprovados pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, os pedidos de convocação de aliados e também de ex-integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) prevê que as oitivas devem ter início por Anderson Torres e Mauro Cid já na próxima semana.
Foram aprovados os primeiros 223 requerimentos com pedidos de informações e de oitivas de testemunhas envolvidas com as ações, que começaram depois do segundo turno da eleição de 2022. Desses requerimentos, 35 pessoas serão ouvidas com status de testemunhas. Ainda haverá a definição das datas. A próxima sessão da CPMI está prevista para o próximo dia 20 de junho.
A CPMI havia sido instalada no último dia 25 de maio, criada com objetivo de investigar os ataques de 8 de janeiro aos poderes da República. O deputado federal Arthur Maia (União-BA) fora escolhido para a presidência da comissão, enquanto a relatoria ficou a cargo da senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
Entre as oitivas aprovadas, além de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública da gestão passada e que ocupava a Secretaria de Segurança do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, data dos atos, e Jorge Eduardo Naime Barreto, coronel responsável pelo Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, estão também as de Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo anterior.
No total, foram apresentadas 39 pessoas a serem ouvidas pela CPMI. Destas, Flávio Dino, atualmente ocupando o posto de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Luiz Inácio Lula da Silva; Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI e atuando no governo atual; Saulo Moura Cunha, ex-diretor adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nomeado pela atual gestão; e Ricardo Cappelli, interventor da segurança pública do Distrito Federal após os atos golpistas não foram aprovados na sessão.
De acordo com Eliziane, a exclusão dos nomes dessas pessoas segue deve-se a uma estratégia. “Temos uma lógica e organização cronológicas. No plano de trabalho eu cito o Gonçalves Dias, como cito outras personalidades que julgo importantes de serem ouvidas. Temos seis meses de trabalho. Alguém que eventualmente não foi aprovado nessa primeira rodada será, em uma segunda rodada, e tenho certeza que todos serão ouvidos pela Comissão”, disse ela ao portal da Câmara.
VACINAÇÃO

A CPMI também aprovou o acesso aos dados referentes à investigação sobre a suposta fraude na caderneta de vacinação do ex-presidente. A solicitação, feita pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), requer acessar dados extraídos de celular e outras provas em relação ao ex-presidente.
Os dados foram obtidos pela PF (Polícia Federal) durante a Operação Venire, deflagrada com vistas a investigar fraudes nos cartões de imunização do ex-mandatário da Nação, de familiares dele e de seus assessores. É pedido ainda no requerimento que o diretor-geral da Polícia Federal preste informações relativas ao caso.
O ex-presidente é investigado por supostamente ter alterado o cartão de vacinação para, assim, conseguir entra nos Estados Unidos, já que uma das exigências da lei norte-americana era a imunização contra o coronavírus, causador da Covid-19.